Eu vou pegar a estrada e buscar você onde estiver!
Vá preparando tua mochila e teu futuro.
Esquece tudo que viveu até agora porque vou aí te apanhar
com a boca na botija, com a boca pra um beijo
com pressa de viver – ensina-me a viver!
Não junte muita coisa, não carregue nada
que não haverá de precisar – apenas coisas simples
como teu amor e tua arte de escrever
e escreveremos a quatro mãos poemas nossos
de amor e sexo. Terror e êxtase.
Não precisa cobertor – eu cubro você
Não precisa alimentos – eu mato tua fome
e bebo tua sede em beijos loucos e línguas inquietas
que se confundem com amor com medo com febre…
Hei de te abocanhar na próxima curva desta estrada!
Então, meu nego, te arruma rápido, despede da tua mãe
e diz que não sabe se volta, se morre ou cai
no precípício do meu insano amor!
Vou encher o tanque de combustível azul
e fazer a revisão de meu tempo perdido em preto e branco…
Então, garoto mau, te prepara porque vou te apanhar
e visitaremos cidades e inventaremos outras nossas.
Seremos rei e rainha da liberdade,
acamparemos em matos e filmaremos nossa alegria
e a poesia e angústia, o frio e o medo.
Mas nesta viagem seremos só nós dois
desbravando as curvas sinuosas e os penhascos mais altos…
Pra depois desfalecermos com a nossa vida resolvida
em películas e segredos.
Portanto, te prepara, porque eu vou te apanhar!