Sei quando asas batem em vão
Quando
As pernas quebradas do andarilho
Derrubam a vontade de vencer.
São coisas da vida, as mesmas de sempre.
Águas passadas, presentes trovoadas.
Não pode ser possível ser contente, atraente e só.
A solidão derruba mais um copo,
Uma mesma coisa é ver o barco indo
Na direção acostumada.
Minha busca já acabou, só brinco
Como brincava de roda
Dando voltas ao redor de mim.
É como estar sozinha e cercada de vozes
As vozes roucas, alegres, neuróticas
As vozes tristes, as vozes minhas.
Melhor remar de novo
A corredeira é certa pro náufrago.
Se nada tem a perder, perde-se a razão.
E, remando no lago escuro
Descubro que há terra à vista,
Longe dos olhos que perseguem
A alma do marujo…
Melhor calar as vozes
Enfrentar o inferno.
Faz companhia, solidão
Dançemos por toda a noite
E sim, poderemos gritar à vontade.
Ninguém nos ouvirá mesmo.
Professor, ter você aqui é e sempre será uma honra. Seus poemas são divinos. Eles vêm de um sopro inalcançável para minha alma mortal.
Eu te adoro mestre.
Beijão Dom Gaspar!
Te tuas asas tornei-me um Ykaro!
Um tríplice abraço!
Poesia Relevada de Um Querer Distante
I – As Angústias
Que faço nesta angústia que me cala
Se meu sofrer é um banquete imune?
Revejo nas ações a tua fala
Censurando-m’enfim com teu ciúme…
É válido o que tenho pra dizer,
Aos montes, vales, rios te exaltei!
Meu peito desespero d’um querer,
Não vale m’esperar como esperei!
É mais do querer ser teu amado,
Oh! Musa que dissipa a solidão
Fazendo-me curar o coração!
Entorpecidos ficam magoados
Os textos qu’escrevi tinham paixão
À musa que estendeu-me um dia as mãos!
II – As Armadilhas
Saudade! O que fizeste para mim?
Trouxeste-me tristezas p’ra plantar
Num campo desgostoso de alecrim?
Ou queres minh’alma sepultar?
O amargo desses dias eu bebi
Enclausurado sofre com essa dor
Pedinte de alegrias me perdi
No âmago do injusto predador!
Bem antes de encontrar minha tristeza
Sonhei tão torturado neste palco,
À sombra d’um algoz o vulto incauto…
Sofreras meu sofrer em minha mesa
Com luto corte amargo se desfaz
Na armadilha finda minha paz!
III – As Ansiedades
Cortejo de uma dor tão delinqüente
Recorta minha alma com prazer
Vislumbra a ansiedade indolente
Num coração que jaz tanto querer!
Se minha ansiedade te devora
E meus pesares são de solidão
Retumba minha dor e me degola
Na lógica tristeza de um não!
Se baixo meu pesar por escabelo
Num triste mergulhar de sentimento
Investes amargura com talento…
Se curvo o meu corpo por inteiro
Refaço minha ânsia por meu luto
Não amo teu amor por simples vulto!
IV – As Fissuras
Oh! Dor incalculada de enganos
Atravessando dardos tão doentes,
Fissuras eu causei por muitos anos
Em corpos que fizeram-se presentes!
Retalhas meu querer como pecado
Em chamas, labaredas, queimaduras,
A alma o teu rancor foi afogado
Em mares, em desertos, sepulturas…
E quando tua porta se fechar
Tão breve como um coração partir
Oh! Dor! Te digo então que eu morri!
Mas quando o meu partir for de pesar
Sem medo digo à alma: a dor recorte!
O amor então por fim venceu a morte!
V – As Desventuras
Se tenho eu assim tanta amargura,
Se tenho eu assim tanto desejo,
Se os meus amores são desventuras,
Eu morro no veneno de um beijo?
Se tenho eu um corte em minha alma,
Se tenho eu assim só solidão,
Será que no amor tudo se acaba,
Restando-me infeliz aqui no chão?
Que tenho eu haver com teus segredos,
Se a busca não me leva à tua luz?
Que tem o amor assim que me seduz?
Se tenho eu matado tantos medos,
Se o teu peito implora minha vida,
Que tenho eu contigo, oh! Querida?!
VI – As Fontes
Vieram pelas noites os pesadelos
Na alquimia fonte de suspiros
A desventura dor dos meus degredos
No ímpeto suor quando respiro…
As velas içam um porto inseguro
Num cais abandonado de incertezas
Perdido vou tão cego e te procuro
Tirando-me de ti minhas tristezas!
A minha sombra não s’ esconde tanto
Quand’ era jovem te amei as tantas,
Que sufocastes ‘té minha garganta…
Agora canto com sofrer teus cantos
Que quase morro inteiro de desgosto
Perdendo a chance de beijar teu rosto!
VII – As Conseqüências
Trouxeste-me dos campos teu plantar
Que cultivado sonhos m’encontrou!
As noites já não tinham mais luar!
E os dias, nem o sol se despertou!
Preciso me esconder dentro dos frios
Que a amargura provocou em mim…
A morte se compraz vendo meus erros
P’ra que eu pense que chegou meu fim!
Existo em tais dilemas meu amor?
Ou julgo estar amando no vazio
Ou nós criamos um amor baldio?
Existe alguma forma em minha dor
Que morras nesse instante de sofrer?
Ou queres que me mate por perder?
—
perdoe-me pela invasão!
Dom Gaspar I
Valeu Erwin.
Beijão rápido (to numa lan barulhenta). 🙂
“As coisas findas
Mais que lindas
Essas ficarão.”
In “Memórias” de C.Drumond de Andrade.
Eu gostei do que ouvi.
É você, só pode ser você.
Cuide-se bem.
Apaixone-se. Viva. Aproveite.
É isso aí.
Beijos.
E o que seria de meus textos sem ti? 😉
Beijão, minha amiga linda 🙂
(ando de férias, mas vou aparecer)
Beijos mais!!!!
Dai,
Grande beijo,
Minha amiga!
🙂