Só
Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alterava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.
Oi, meu poeta! Que bom te ver por aqui. Beijo do fundo do meu coração, lindo é você!!! 🙂
Olá, Sisino, eu também amo Allan Poe. E você falou exatamente a virtude deste escritor. Ele põe ação em tudo que escreve. Para nós, roteiristas, ele é tudo. Obrigada por sua presença. 🙂 Beijo. 🙂
Olha, eu gostei muito é bem profundo, legal mesmo!!! Parabéns, e é formidável saber jogar com as palavras… Realmente encanta a imaginação, além de nos transportar sem precisar viajar ou melhor, sem sair do lugar.
Abraços poéticos:
Sisino.
Tudo lindo por aqui.
Beijo e bom fim de semana.