Alma em Agonia

É apenas, apenas agonia, desterro, sangue, cheiro de sangue!

Nas pernas do ar é a guerra, o mar, tudo se prontifica em minhas mãos.

 Não quero saber de mais nada, há confusão por toda parte, há manadas,

gados obedientes, dor de dente, dor de parto, dor!

Já não me importo se amo, respeito, e não quero saber de cabresto,

amor ao próximo, perdoar e ser perdoada. Tudo acabou, o vento trouxe a miséria,

a agonia do vale da morte. Ossos secos que não tomam vida, não expurgam sangue

 nem verdade; o que posso fazer, eu, somente eu nesta estrada de poeira

nadando a pé, a sós.  Agora não quero mais ser tua amiga, te amar, ser boa,

não, não posso mais voltar, contaminada de ira e desejo torpe.

Aceito, resignada, que sou maldita entre as mulheres (de tua cama),

que poderei fazer, se a sina sinaliza nossas mortes, e ejeta-me para além das galáxias,

e eu nada posso afirmar, então escrevo, escrevo, escrevo!

Decido ficar por aqui mesmo.

Meu fim é apenas o começo.