SOMOS

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Poucos sabem do que se fala quando o que se quer falar é assunto proibido; castrados são os porcos e não os homens. De nada me adiantam crenças carameladas com deuses que não saciam minha fome de viver feliz. Claro está que não existe prazer na vida, a não ser o de pensar, anestesiando os sentidos vitais e aceitando a sorte de se estar fazendo parte de um todo tardio e recluso na falta de razão o bastante para que ao menos possamos assistir ao sol se pondo sem pensar no dia seguinte. As guerras são internas, nenhuma manifestação pode nascer do nada. Maléficas sois vós – crenças miseráveis! – que ao invés de curar feridas, emprestam apenas um momentâneo sopro sobre a dor, impondo a falsa certeza do salvo-conduto entre céus. E enquanto isso ouço gritos dos miseráveis que a sociedade excluiu entre paredes imundas de sanatórios ilógicos. Ouço também as gargalhadas da besta e, finalmente, sigo o som do meu silêncio, eu, solitária presa do absurdo.

(By Day)

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“Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.”

(Friedrich Nietzsche)