“Mulher Sentada e Janela Gótica” __ Eduardo Machado
Espanto a vida é uma ruela que prende teu corpo minha vida estranha se jogará da janela, tantas nuances e a política apunhala entre as pernas o povo está nu, vilipêndio estupendas lágrimas mendigando fortunas no nome de Deus enquanto anjos tocam trombetas mendigos coçam bocetas e enquanto isso cachorros se alimentam de vômitos. Ruas desertas Moro o capeta e santo duas faces depende quanto pagará minha vida se despede e olha uma última vez para a antiga vitrola e Jmi Hendrix sorri, Lúcifer mija no fogo ardente das gurias do baixo cracolândia, beiços queimados futuros arruinados e dança a dançarina no Municipal. Cabral preso Brasil descobriu Cabral puta que o pariu tudo foi em vão a criação Eva e Adão, agora é suportar quando no pó descansarei, um dia serei estrela, desabou a porra da janela virei cadáver.
Taí uma super lista feita por André Gazola, do Lendo.org, um dos maiores blogs de Literatura, do qual me orgulho por ter trabalhado com resenhas literárias. Parabéns, André!
1. A Bela da Tarde (da obra do francês Joseph Kessel)
2. A Corrente do Bem (baseado na obra de Catherine Ryan Hyde)
3. A Dama das Camélias (da obra de Alexandre Dumas Filho)
4. A Flor do meu Segredo (de Pedro Almodóvar)
5. A Gaiola das Loucas (da peça de Jean Poiret)
6. A Rainha Margot (inspirado na obra de Alexandre Dumas)
7. A Revolução dos Bichos (baseado na obra de George Orwell)
8. Adeus às Armas (da obra clássica de Ernest Hemingway)
9. Agonia e Êxtase (da obra de Irving Stone)
10. Amor & Cia (do livro de Eça de Queirós, Alves e Cia.)
11. Bonequinha de Luxo (do conto de Truman Capote)
12. Crime e Castigo (da obra de Féodor Dostoiévski)
13. De Salto Alto (por Pedro Almodóvar)
14. Em Nome de Deus (da romance homônimo de Marion Meade)
15. Excalibur (baseado no livro “O Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda”, de Thomas Malory)
16. Fausto (adaptação da obra de Göethe)
17. Fernão Capelo Gaivota (baseado no best-seller de Richard Bach)
18. Germinal (da obra de Emile Zola)
19. Hamlet (da peça de William Shakespeare)
20. Henrique V (baseado na peça de William Shakespeare; inspirada na vida do rei inglês)
21. Horizonte Perdido (da obra de James Hilton)
22. Júlio César (a produção aclamada de William Shakespeare)
23. Macbeth (baseado na peça de William Shakespeare)
24. Madame Bovary (da obra de Gustave Flaubert)
25. Meninos do Brasil (inspirado no romance homônimo de Ira Levin)
26. Nina (versão brasileira da obra “Crime e Castigo” de Dostoiévski)
27. O Caçador de Pipas (do best seller de Khaled Hosseini)
28. O Carteiro e o Poeta (do livro homônimo de Antonio Skármeta)
29. O Código da Vinci (do best seller de Dan Brown)
30. O Corcunda de Notre Dame (inspirado na obra “Notre Dame em Paris”, de Victor Hugo)
31. O Crime do Padre Amaro (da obra homônima de Eça de Queirós)
32. O Diário de Anne Frank (por ela mesma. Relatos dramáticos da II Guerra Mundial)
33. O Ditador (baseado no romance “A Festa do Bode”, de Mário Vargas Llosa)
34. O Idiota (baseado no conto de Dostoiévski)
35. O Iluminado (baseado na obra de Sthepen King)
36. O Inferno de Dante
Nota: Segundo os comentários do André Alexandre e da Sônia, logo abaixo, a única alusão à obra de Dante está no título. O roteiro não tem nada a ver com a Divina Comédia.
37. O Médico e o Monstro (da obra de Robert Louis Stevenson)
38. O Nome da Rosa (baseado na obra de Umberto Eco)
39. O Pequeno Príncipe (inspirado no livro de Saint Exuperry)
40. O Primo Basílio (da obra de Eça de Queirós)
41. O Velho e o Mar (do livro homônimo de Ernest Hemingway)
42. Oliver Twist (baseado no livro homônimo de Charles Dickens)
43. Os Cavaleiros da Távola Redonda (baseado no livro “O Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda”, de Thomas Malory)
44. Os Miseráveis (do livro de Victor Hugo)
45. Os Três Mosqueteiros (do clássico de Alexandre Dumas)
46. Papillon (da obra de Henri Charriere)
47. Robinson Crusoé (da obra de Daniel Defoe)
48. Romeu e Julieta (adaptação da peça de Willian Shakespeare)
49. Shakespeare Apaixonado (baseado no clássico “Romeu e Julieta”)
Nota: Segundo o comentário do André Alexandre, logo abaixo, há referências à obra de Shakespeare, mas o roteiro é original.
50. Sonhos (baseado no livro de Akira Kurosawa)
Nota: o leitor André Alexandre acredita “que o roteiro é baseado em um argumento dele [Akira Kurosawa], inspirado em seus próprios sonhos.”
51. Tempo de Despertar (baseado no livro autobiográfico de Oliver Sacks)
Nota: o leitor André Alexandre diz que “na verdade é baseado em um livro de relatos de pacientes do Dr. Sacks, vítimas de uma letargia encefálica e como eles retornaram desse sono.”
Para mim, falar de livros, além de ser sempre um prazer, me remete à cultura, ao tempo e espaço onde o escritor se inspirou para escrever seu livro. Eles são eternos, porém datados política e socialmente. Quando um escritor tem sua inspiração para desenvolver sua obra, ele está cercado pelo espaço e pelo tempo e, assim, não tem como não catalogar em seu livro, questões sociais, comportamentais e filosóficas.
Hoje vou falar de Jack Kerouac, para mim um dos maiores e mais sensíveis escritores de sua geração. Vou falar de revolução cultural. Revolução! Uma revolução cultural que ficou conhecida como a Geração Beat.
Em 1957, Jack Kerouac publicava On The Road e iniciava uma revolução cultural nos Estados Unidos. Este livro tornou-se o manifesto da geração beat, que rompia com o compromisso do american Way of life e pregava a busca de experiências autênticas, um compromisso selvagem e espontâneo com a vida até seus mais perigosos limites. Diante de uma sociedade que aniquilava o indivíduo, os beatniks queriam uma consciência nova, liberta de padrões. Escolhiam a marginalidade, no melhor dos sentidos.
Não queriam continuar numa sociedade morna, desprovida de vida, de ação e liberdade de pensar e viver.
Apesar das experiências com o êxtase através das drogas, isto pode ser apenas um detalhe, dada a importância desta revolução. A geração beat marcou nova era no mundo cultural. O homem tem direitos de indivíduo e o mais sagrado é, possivelmente, o de mudar o Status quo. Perceber que pode repensar as coisas e, diga-se de passagem, estamos falando de uma revolução artística – literatura!
Descendente de uma família de franco-canadenses, Jack Kerouac recebeu uma educação católica e, graças às suas aptidões de atleta, foi estudar na Universidade de Colúmbia.
No Campus, conheceu Allen Ginsberg, também estudante, e William Burroughs, formado em Harvard. Os três iriam se tornar os principais representantes da geração beat.
Por intermédio de Burroughs, Kerouac teve notícias de escritores como Kafka, Céline, Spengler e Wilhelm Reich. Kerouac, Burroughs e Ginsberg passaram a conviver com as barras pesadas do Times Square.
Em 1947 Kerouac resolveu sair viajando pelo mundo e pegou a estrada. Associou-se com vagabundos, caroneiros. Terminou o livro On The Road em 1951. Seu estilo é notável e inconfundível, com suas longas frases, onde descartava o uso da pontuação.
Mas sempre foi um individualista. Terminou dividindo um apartamento com sua mãe, onde pintava quadros com Cristos tristes. Ficava horas a fio diante da televisão. Ou seja, era, no fundo, um espírito conservador e não entendia como influenciara pessoas como Allen Ginsberg. (!)
Considerado um rebelde existencial, quedou-se ao budismo, mas foi sempre um inadaptado ao mundo em que vivemos.
Escreveu vários romances, como “O Subterrâneo”, Desolate Angels”, “The town and the city”, entre outros.
Trechos de On The Road
Casualmente, uma gostosíssima garota do Colorado bateu aquele shake pra mim; ela era toda sorrisos também; eu me senti gratificado, aquilo me refez dos excessos da noite passada. Disse a mim mesmo: Uau! Denver deve ser ótima. Retornei à estrada calorenta e zarpei num carro novo em folha, dirigido por um jovem executivo de Denver, um cara de uns trinta e cinco anos. Ele ia a cento e vinte por hora. Eu formigava inteiro; contava os minutos e subtraía os quilômetros. Bem em frente, por trás dos trigais esvoaçantes, que reluziam sob as neves distantes do Estes, eu finalmente veria Denver. Imaginei-me num bar qualquer da cidade, naquela noite, com a turma inteira; aos olhos deles, eu pareceria misterioso e maltrapilho, como um profeta que cruzasse a terra inteira para trazer a palavra enigmática, e a única palavra que eu teria a dizer era: “Uau!” (…)
O FILME ANTICRISTO, DE LARS VON TRIER, DEU O QUE FALAR EM CANNES. MUITA GENTE SAIU DA SALA DE EXIBIÇÃO ANTES DA HORA. MAS NÃO É UM FILME DE TERROR. O DIRETOR FEZ O ROTEIRO PARA PASSAR O TEMPO, POIS ESTAVA COM DEPRESSÃO. PROVOCADO, DISSE: ENTRE ASPAS: SOU O MELHOR DIRETOR DO MUNDO, SÓ NÃO SEI SE DEUS É O MELHOR DEUS DO MUNDO… FECHA ASPAS.
EU OLHO DE LONGE, NÃO ENVOLVO CRENÇAS NEM CRENDICES. NÃO SOU RELIGIOSA, ENTRETANTO, QUANDO A PERSONAGEM QUE ESTÁ NA FLORESTA PARA RELAXAR FALA QUE A NATUREZA É MÁ COMO SATANÁS, DÁ PRA ARREPIAR. É FILME, MAS SE O DIRETOR DE DOGVILE EXPRESSOU SUA ARTE A PARTIR DE UMA DEPRESSÃO, OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS. O QUE VALE É FILMAR. QUE OS CRÍTICOS REZEM ANTES DE ASSISTIREM FILMES DESTA NATUREZA, NEM TÃO SATÂNICA ASSIM.
O início do filme favorece uma bela fotografia em movimento, com aquela música maravilhosa; cena surpreendente, uma aula de cinema arte revisitando os grandes mestres do cinema feito Antonioni, e por aí vai. Trágico e contundente, o filme vai moldando e tomando corpo e mente. Digo isso, pela escolha maravilhosa de Willem Defoe como psicanalista, que sempre atuou muito bem. E Charlotte Gainsbourg fazendo a dobradinha e juntando o quebra cabeça. Uma atriz com traços esquisitos e que dispensa o romantismo francês; bem articulada e sem o glamour das grandes estrelas sensuais francesas.
O que tem a ver falar deste filme tardiamente? Achei em meus rascunhos e considerei oportuno, dada à época de natal. Para mim, se é cinema tá valendo. Como disse, a arte não tem religião. Se pode falar de Deus, deve ser democrática com o anticristianismo. Só rezo para não ficar depressiva quando começar a fazer meus filminhos. Sou mais Deus. Ele também pode ser terrível.
É simples. Escolha um filme inesquecível e mostre onde você está nele. Qual a ligação psicológica entre o personagem e você. Vale tudo! Publique em seu blog com foto, se possível, do referido personagem. MEME AUTO-RETRATO ATRÁS DAS LENTES.
Topas?
Minha resposta:
Sou, ou já fui, como a Janet Leigh, quer dizer, a Marion Crane. Digo, já fui inocente, achando legal arrumar uma graninha para mudar de vida. Não desviei dinheiro, quer dizer, até desviei porque era para dividir com meu irmão. No final, eu comprei um carrão na época. Tirei onda por um tempo, mas depois o carro foi perdido “estranhamente”, se acabou num depósito da prefeitura de Saquarema. Morri, de certa forma, indefesa, diante de minha consciência assassina que desferiu um golpe fatal. Sem carro, pedi perdão ao mano. Ele perdoou, diferente da senhora Bates.
PSICOSE
Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro: Robert Bloch, Joseph Stefano
Gênero: Suspense
Origem: Estados Unidos
Duração: 109 minutos
Tipo: Longa-metragem
Considerado pelos críticos a melhor obra-prima de Hitchcock, e pelo American Film Institute o melhor thriller de todos os tempos, Psicose é uma obra magnífica de suspense, com personagens maravilhosos e que ficarão eternamente gravados na história. Marion (Janet Leigh) acaba tendo que passar a noite em um motel na beira da estrada, mas não sabe que o lugar guarda seus segredos assustadores.
Passo o MEME para o cinéfilo JEFF. Mas pode participar quem quiser. Você também, LU. E me avisem. ERWIN, com seu gênio, seria interessante. he-he-he!
Na minha opinião o filme é cult pela direção. Com cenário e trilha sonora apropriados aos questionamentos das décadas de 60 e 70, onde Pink Floyd é o carro chefe na trilha sonora que levou pelo menos a metade do orçamento (!)
Eu gosto de cinema canadense, principalmente falado em francês, como C.R.A.Z.Y.
Sinopse
Zac (interpretado por Émile Vallée até os oito anos e por Marc-André Grondin na idade madura) é filho do rigoroso Gervais (Michel Côté) e Laurianne (Danielle Proulx). Com a mãe, ele tem uma relação estreita; com o pai é mais complicado. Incompreendido por ambos.
Ao lado de quatro irmãos, Zac cresce sentindo desejos homossexuais, enquanto tenta lidar com a religiosidade da mãe e a intolerância do pai, entre os anos 60 a 80.
Argumentos para bons roteiros não são muitos, por isso o roteirista precisa buscar pérolas, sejam nos diálogos, na composição dos personagens, etc.
Neste filme Jean-Marc Vallée desempenha uma direção contundente no sentido de captar a tensão dos personagens quase que esteorotipados, ou melhor, são mesmo estereótipos: dos quatro irmãos Zachary, o protagonista, tem tendências ao homossexualismo, enquanto o irmão mais velho torna-se drogado, outro é intelectual e outro desportista. O desafio é saber trabalhar os tipos comuns. Arquétipos fundamentais para resolver um drama/comédia como C.R.A.Z.Y.
Por aqui o filme estreou em 2005, um ano após seu lançamento, no Canadá.
O que vale o título de cult e mais prêmios é, sem dúvidas, o trabalho de roteiro. Acho perfeito.
Não por acaso o filme levou 11 prêmios Genie (o “Oscar” canadense) e mais 19 prêmios em outros festivais.
É só conferir.
Nosso amigo Luciano Alves do Máquina de letras mandou este Meme que consiste em postar uma citação de um filme. De preferência publicar o poster do mesmo. Depois mandar o Meme para cinco blogueiros.
Aí vai:
A CLOCKWORK ORANGE – LARANJA MECÂNICA
Do diretor Stanley Kubrick, esta adaptação do livro de Anthony Burgess, de 71, teve várias indicações ao Oscar e angariou vários prêmios.
Um filme magnífico que se mantém atual por falar de violência, numa narrativa única, onde Kubrick manteve intacta a fala de Alex – Malcolm Mc’Dowell, personagem central, uma mistura de inglês, russo e gírias.
O filme futurista abre com uma violenta cena de espancamento a um velho.
Eis duas citações, uma de Alex e a outra do velho vitimado:
Alex:
“Uma coisa que nunca suportei era ver um bêbado velho e imundo uivando as imundas canções de seu país…”
Velho, prestes a ser espancado:
“… É fedorento (o mundo) porque deixam que jovens batam nos velhos (…) Não é um mundo onde um velho possa viver (…) Homens na lua… Homens giram ao redor da Terra… E ninguém mais presta atenção na lei e ordem terrestres!…”
Como estudo roteiro, fica difícil não falar de cinema, embora eu tenha um blog para isso que anda meio quieto porque estou de recesso. Não de assistir a belos filmes, isso jamais, por isso deu vontade de dividir com vocês esse filme espetacular. El Greco.
Domenikos Theotokópovlos foi um pintor grego nascido na Ilha de Creta, um artista controvertido que questionou os dogmas de uma igreja inquisidora no final do séc. XVI, início séc. XVII.
Desdenhava a aristocracia, os nobres, entretanto se apaixonou perdidamente por Jerónima de las Cuevas, uma linda mulher representante de tudo que El Greco questionava. Perdeu a consideração do então rei da Espanha Felipe II ao pintar de forma distorcida o Martírio de São Maurício, encomendada pelo rei em pessoa.
Sua pintura é considerada barroca mas de essência bizantina porém, com uma inconfundível distorção espiritualmente pessoal. Influenciou artistas expressionistas do séc.XX.
Convidado a pintar na Espanha motivos eclesiásticos para a igreja e os nobres, foi perseguido pela Inquisição por suas constantes inquietações artísticas.
Na versão de 2007 – creio que ainda não estreou no Brasil – o filme foi roteirizado por Jackie Pavlenko, a partir de uma biografia escrita por Dimitris Siatopovlos.
Yannis Smaragdis assina a direção. Este filme promete. É falado em grego e inglês.
Em 1966 foi filmado El Greco pelo diretor Luciano Salce, com Mel Ferrer, Adolfo Celi e Rosanna Schinffino no elenco. Uma belíssima produção.
Acima, o trailer da versão 2007. O ator Nick Ashdon interpreta El Greco, ao lado de Laia Marull como a aristocrata Jerónima.
A trilha sonora fica por conta de Vangelis. Nem preciso comentar.
Fica aí a dica de um bom cinema. Assista ou reveja El Greco de 1966 e aprecie sua pintura. Depois conferimos esta produção grega de 2007.