O Cavaleiro Infiel
Me transformo agora em negra flor
pois que vens e me perfumas
com loções de barba ervas sumas
em abraço és-me tórrido beijador
Teu grasnar é tal surpresa
mesmo ali oh!, lugar qualquer
a volúpia não tem qualquer juízo
inda mais nas entranhas da mulher
Ardem chamas em transe louca
transformada em fêmea e aquarela
olho o cavaleiro, co’a voz rouca
pergunto surda: quem é a tua bela?
O ricochete vem em doces rios
minhas pernas andam sem vontade
tremem, cruel amor sem brios
que me torna escrava da infidelidade
Um dia hei de rescindir sem dó
com inóspita medieval paixão
preferirei o azar, estátua de pó
ou ir-me embora nas asas do dragão
___E dá-se a mentir o tempo inteiro
a mulher que não vive longe
do brasão do amante cavaleiro