Voltaire e algumas dúvidas sobre Jeannot e Colin

       

O estado de dúvida não é muito agradável mas o de certeza é ridículo.

Acabei de ler o conto Jeannot e Colin, de Voltaire. É um conto light, de cunho moral, bem pouco crítico para os parâmetros voltairistas. Porém, sem dúvidas, uma aula de como escrever bem. Pura excelência.

É a estória de dois amigos que se separam porque o pai de um deles, Jeannot, tem a sorte de enriquecer e mudar-se para a Corte.

Também indico o conto Sonho de Platão onde vemos alguns equívocos cometidos por certos gênios em sua concepção de Universo.

 Quando eu era mais garota, costumava pensar em Voltaire como um herói particular. Afinal eu tinha, e tenho, muitas dúvidas.

Admirava sua força em favor da independência religiosa do homem, em favor da Ciência.

Voltaire, de certa forma, ainda me ilumina de forma romântica.

Mas, e hoje? Se pudesse perguntaria ao pensador: ‘E aí, amigão, clones ou Jesus?

A tecnocracia e a busca de Deus têm varrido o planeta. As retóricas nietzscheanas, marxistas e freudianas resistem aos desdobramentos do tempo.

Creio que o pensador me olharia tímido e cansado responderia: ‘Não encana com essas coisas, menina. Não me obrigue a escolher, pois ainda acho que ter certezas é bizarro.’

A primeira lei da natureza é a tolerância, já que temos todos uma porção de erros e fraquezas.