Livro – O GRANDE BANQUETE, eles e elas e os risos do fado

 

Quem ama, não esquece, respeita.

 

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A Vida é um Fado

Tive o privilégio e a sorte de chegar às minhas mãos, um romance surpreendentemente belo, repleto de lições filosóficas e amor.

“O grande banquete, eles e elas e os risos do fado”, é um livro para ser degustado e suspirado a cada página. Esta leitora se pegou, em vários momentos, com singelo riso no rosto. Emocionante a forma como Ricardo Ferreira apresenta uma história de amor, que começa na faculdade até os últimos dias de Carlos, um cidadão português que veio morar no Brasil, por amor de sua Lisa, baiana a quem conheceu em Lisboa. Um sentimento romântico que está cada dia mais raro de se ter notícias.

Com o lema “Quem ama, não esquece, respeita”, o narrador segue contando os momentos inesquecíveis de ricos e envolventes personagens. O escritor traz a força do amor, em um lirismo típico dos autores portugueses.

O romance tem elementos de um longo conto, e como tal, cuida da estilística com primor.

Trata-se de uma tragédia contemporânea, onde Ricardo Ferreira, nascido em Angola e criado em Portugal, não perde o fio da meada e, oportunamente, faz triste crítica à violência urbana a que estamos submetidos no Brasil, pátria que o escritor tomou para si, escolhendo a Bahia como lar.

O livro me levou do riso às lágrimas, emaranhando as emoções que somente os bons autores conseguem despertar no leitor.

Os personagens Lisa e Carlos ficarão na lembrança de uma linda história de amor, mas que nos obriga também dividir a dor de uma vida que foi marcada pelo destino (fado), no entanto,  deixa a lição mais preciosa ao coração do leitor: “Quem ama, não esquece, respeita”.

Prometo não esquecer. Nem quero.

O amor é, sem dúvidas, o personagem principal de “O grande banquete”. É um belíssimo livro.

A leitura foi um imenso prazer. Cumprimento o escritor, respeitosa e orgulhosamente.

Daisy Carvalho

 

 

 

 

 

 

 

QUEBRA DE CONTRATO _ livro

QUEBRA DE CONTRATO _ Baseado em fatos reais. 

Uma viagem no tempo, de volta à Segunda Guerra, pelo olhar de um judeu que perdeu a fé.

Literatura _ Romance QUEBRA DE CONTRATO, de Kito Mello

Livraria Cultura

QUEBRAIMAGEM

Intrigante perceber como uma mentira, muitas vezes repetida, pode se tornar verdade, e como uma verdade, igualmente repetida, pode parecer simplória e sem importância. O Irã, até os dias de hoje, nega que o Holocausto tenha realmente acontecido. E, por insistir em tal afirmação, ainda que totalmente desprovida de lógica e racionalidade, levou milhões de muçulmanos a negarem a História. Mesmo os ocidentais foram alcançados pela mentira repetida. Um fenômeno, de fato, perturbador e nocivo à humanidade.

Esta bela obra, Quebra de Contrato, copilada por um escritor judeu brasileiro, Kito Mello, é imprescindível para quem realmente quer entender a História, através de uma ótica honesta e imparcial; embora o autor tenha sido um religioso, hoje é um crítico da religião, e não somente do Judaísmo como do Cristianismo e Islamismo, numa notável capacidade de separar o joio do trigo, e mostrar, com bases históricas, experiência própria e fatos reais, que sim, o Holocausto foi, certamente, a maior tragédia moderna de genocídio, já vista pela humanidade, contra um povo específico.

Em Quebra de Contrato, o escritor conta a emocionante história de um homem judeu, preso nos campos de concentração, que se tornou um sonderkommando, uma função tão angustiante e cruel, que foge à qualquer forma juízo. Os sonderkommandos eram judeus escolhidos dentre os condenados para trabalharem na tarefa mais ignóbil, mais danosa e desumana, que era ajudar a matar e enterrar outros judeus, adultos, velhos, mulheres e crianças; judeus obrigados a matarem seus próprios irmãos.

É um romance que usa como pano de fundo, toda a história moderna do judeu e a Segunda Guerra Mundial. Repensa a fé, racionaliza a realidade do homem, e vai muito além da história de um povo, porque leva à reflexão da própria condição humana. Do quanto o homem pode ser bárbaro e cruel, cego pelo ódio, em nome de uma ideologia. Adolf Hitler foi esse homem!

Para quem se interessa pela História do Holocausto, é um livro mais que indicado, eu diria obrigatório. Para quem deseja honestidade dos fatos, não somente sobre o genocídio, mas sobre a ajuda do islã em perseguir e matar os judeus, bem como envolvimento do Cristianismo nessa barbárie, é, sem dúvidas, um livro que deve estar em sua estante, caso queira estar atualizado em um dos maiores problemas contemporâneos, que é o terrorismo islâmico, mais atuante do que nunca.

Além das profundas reflexões que a obra instiga, é uma poesia de lamento, escrita pela vida de um homem que perdeu os pais, irmão e amigos diante de seus olhos, que viu multidões de pessoas entrarem na câmara de gás, e a esperança se esvair pela fumaça da chaminé do terror.

Como sobreviver, depois de testemunhar pessoas se amontoarem e morrerem em pé, sem nem mesmo um espaço para, ao menos, deitarem seus corpos. Como seguir em frente, é o desafio do personagem.

Ele, então, renega sua posição de rabino e põe Deus em xeque, através de um julgamento entre outros judeus presos.

Ao ser julgado culpado pela quebra de contrato firmado com Seu povo, Deus é retirado da vida daqueles homens, quando então Jacob lidera uma revolta, onde milhares de judeus morrem e poucos se salvam na fuga, e Jacob é um deles. Ele sobrevive ao horror daquilo tudo e terá que encarar uma nova vida, sem família, esperança, somente lembranças de todo aquele pesadelo.

O objetivo era a rebelião contra os alemães, por questão de honra e não por querer ser feliz em uma nova vida, deixando todos para trás, principalmente o irmão, que já não possuía fé, e morreu cobrando o Deus de Jacob.

O ex-rabino, então, integra a Mossad (serviço secreto de inteligência de Israel surgido após o Holocausto), e trabalha por trinta anos, na missão de caçar e punir nazistas refugiados ao redor mundo, bem como árabes envolvidos em missões de atentados terroristas aos judeus, inclusive na Argentina, onde Jacob resolve morar, país esse que também é criticado pelo antissemitismo em acolher ex-nazistas e incentivar a segregação.

Livro raro, onde o leitor reflete sobre Bem e Mal, religião, crueldade, razão, preconceito e política de terror.

Uma obra literária que emociona a cada página, pois o autor, apesar de ser duro nas críticas, não abre mão da poesia, e nos conta uma belíssima história de amor entre um avô e seu neto, ou Harold e Calvin, como se tratavam, em um mundo secreto e fuga da realidade; um amor pouco visto entre duas pessoas.

Leiam, e deixem guardado para seus filhos e netos. Realmente o Holocausto não deve ser esquecido jamais, não somente pelos judeus, mas por todos os homens de bem deste mundo.

Um grande livro!

Daisy Carvalho

“Como é maravilhoso que ninguém precise esperar um minuto sequer antes de começar a melhorar o mundo”. Anne Frank

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Livraria Cultura

Contato com o autor

https://web.facebook.com/kito.mello

 

A DANÇA DOS ORKSHAS

ESCRITOR  MARCELLO SCHWEITZER

essadança

O mundo de Morserus traz mais um livro de sua odisseia filosófica. Mais um conto sobrenatural, e mais um personagem que o autor apresenta –  Malfaer, um rapaz, um Rato que anseia mudar sua vida e a de sua família. Busca a liberdade para ver o céu amarelo e laranja de Morserus. Mesmo sabendo-se fraco e ocioso, ele anuncia à família que é o escolhido para a salvação da pobreza, e que sairão das favelas subterrâneas para a superfície, onde poderão viver com dignidade. As lágrimas de felicidade de sua mãe justificavam sua fantasiosa estória de herói.

Então começam seus conflitos, pois entra em um labirinto de mentiras, mentiras que, para ele, se tornam a única forma de trazer alívio para sua família.

O conto é ambientado em favelas subterrâneas povoada por ratos, onde imperam, além da pobreza, a dor de jamais se vislumbrar a superfície. E é na superfície onde, a cada ano, acontece uma batalha de vida e morte.

Os  animais têm uma espécie de oráculo, conhecido como Rodamorta. A partir da visita do Rato a esse oráculo, seu drama começa de forma intensa e dolorosamente conflitante. Malfaer precisa ir em frente com suas mentiras, e resolve se inscrever nessa tradicional disputa, onde acontece a Dança dos Orkshas, entidades que se dividem entre as de luz e as das trevas, entretanto, por alguma razão, as das trevas prevalecem.

Na verdade, é uma corrida pela sobrevivência, onde apenas um concorrente pode sair vencedor. Dentre os cem competidores, está Malfaer, o  fraco, covarde, obrigado a crer em seu Orksha, que representa o Medo. Contudo, o improvável herói aceita o desafio de sua própria mentira, se apresentando como voluntário para o evento de carnificina, onde apenas os ricos se divertem de forma sádica, brindando com o sangue dos concorrentes que, misturado a algum estranho elemento, permite que entrem nas mentes de seus concorrentes, compartilhando tudo que os participantes vivem nessa cruel corrida para a morte.

Como sempre, Marcello Schweitzer se posiciona como um escritor que não se envolve emocionalmente com seus personagens, e mesmo o narrador parece ficar indiferente diante de tanto sofrimento e medo. Exceto pela pérola “A ignorância do Mal não nos protege do Mal” citada no conto, os personagens estão entregues à sua solidão. À sua própria sorte.

Uma estória que remete à Caverna de Platão (as favelas são como pequenas cavernas), e faz com que o leitor transite pela história da própria humanidade, desde a Grécia Antiga, com suas arenas sangrentas, aos tempos atuais, onde a solidão abraça os menos favorecidos, e onde os miseráveis só servem para a reflexão de alívio dos ricos e bem sucedidos.

O Rato Malfaer traz uma grande lição de vida para nós, humanos. Lição essa que surpreende, não tanto pelas ações, mas pelas reflexões que o personagem consegue ter, em meio ao corredor da morte. Lidando com vertiginosa corrida pela sobrevivência, algo muda seu interior e surpreende o leitor.

O escritor é, indubitavelmente, um artista pós-moderno; ainda que mergulhando na filosofia grega, traz grandes estórias reflexivas do caos em que vivemos nesse século XXI. Lançando mão do estilo socrático-platônico, cria grandes e profundos diálogos entre seus personagens. O leitor fica diante de várias opções para lidar com sua própria vida.

Conheça esse mundo de estórias assustadoramente humanas, ainda que povoado por animais construídos por excitante morfologia.

A Dança dos Orkshas é uma obra prima, em minha opinião.

Leia no blog do autor e baixe o ebook

By Day

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Domingo, Bem Acompanhada

dayatual

Acordei sem vontade de assistir tv, olhar as notícias, ou fazer qualquer coisa que não seja ficar na cama, assistindo (isso sim) vários filminhos. O dia está nublado. Vou até publicar um poema do Fernandinho.

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

fernandop

O Maior de Todos os Poetas Americanos era uma Mulher – Emily Dickinson

                                 Justa Homenagem – Emily Dickinson

esta emily

 

O maior de todos os poetas americanos era uma mulher: Emily Dickinson (1830-1886). Apesar de ter vivido reclusa por 56 anos, sem receber visitas, numa casa de Amherst, no interior de Massachusetts, refém do puritanismo asfixiante da Nova Inglaterra e de um pai dominador, apaixonou-se por um homem casado (mas evitou consumar a paixão) e deixou 1775 poemas, que têm, até hoje, emocionado sucessivas gerações. Como escreveu Otto Maria Carpeaux em sua monumental História da Literatura Universal: “Ela não inspirará nunca admiração perplexa, como Poe, nem será tão popular como Whitman.”  Mas é o próprio Carpeaux quem lhe dá o mérito de “maior poeta americano”, considerando a sua obra das mais originais em língua inglesa, especialmente pela reiterada quebra das convenções, no conteúdo e, para desgosto dos puristas, também na forma: nunca hesitou em surrar a gramática, para sintetizar seu desconforto diante do mundo.

emily em pé

Teve um amigo com quem se correspondia, Thomas Wentworth Higginson, um poeta hoje esquecido que inutilmente tentou “corrigir” as transgressões de seus poemas, copidescando forma e conteúdo, “para o bem de Emily”. Mas, sua obra sobreviveu a Higginson e ao pai. De Higginson ficaram as reminiscências que escreveu sobre ela. Seu pai, um tipo antigo e puritano, era sempre a figura princi­pal, um homem que, como ela disse, lia aos domingos “livros solitários e rigorosos”, e que, desde sua infância, lhe havia incutido temor. Até a idade adulta, Emily leu apenas a Bíblia e, escondida do pai, Shakespeare: “Quando perdi a visão, era um alívio pensar que os livros importantes são tão poucos. Depois, quando recuperei a visão, pensei: ‘Além de Shakespeare, por que preciso ler outro livro’?”. Na reclusão que escolheu, além de escrever, tinha ocupações gastronômicas que cumpria com prazer: diariamente ela fazia todo o pão da ca­sa, porque seu pai só gostava do pão feito por ela. E, segundo relatos de contemporâneos, seus pudins eram tão bons como os poemas. A obra de Emily Dickinson, exceto por raros versos isolados, acolhidos em pequenos jornais do interior, só foi impressa depois de sua morte.

emilylivro

A boa notícia é que foi lançada no Brasil (2008), em livro de bolso, uma primorosa edição de Poemas Escolhidos de Emily Dickinson (L&PM). O autor da magnífica tradução, além da seleção dos poemas, introdução e notas, é o professor Ivo Bender, que conseguiu preservar a graça, a originalidade e força dos versos, num criterioso trabalho de recuperação e adaptação dessa riqueza imensa à língua portuguesa. Por certo que ficaram de fora as receitas dos pães e pudins. Mas o professor Ivo Bender tem uma justificativa inatacável: as receitas desapareceram com Emily, em 1886.

Fonte: Zero Hora (14/03/08) /

10 Poemas de Emily traduzidos por Jorge de Sena

A Letter is a joy of Earth –
It is denied the Gods –

Uma carta é uma alegria da Terra
– Denegada aos Deuses.

* * *

A sepal, petal, and a thorn
Upon a common summer’s morn –
A flash of Dew – A Bee or two –
A Breeze – a caper in the trees –
And I’m a Rose!

Sépala, pétala, espinho.
Na vulgar manhã de Verão –
Brilho de orvalho – uma abelha ou duas –
Brisa saltando nas árvores –
– E sou uma Rosa!

* * *

Afraid? Of whom am I afraid?
Not Death – for who is He?
The Porter of my Father’s Lodge
As much abasheth me.

Of Life? ‘Twere odd I fear [a] thing
That comprehendeth me
In one or more existences –
At Deity decree –

Of Resurrection? Is the East
Afraid to trust the Morn
With her fastidious forehead?
As soon impeach my Crown!

Ter Medo? De quem terei?
Não da Morte – quem é ela?
O Porteiro de meu Pai
Igualmente me atropela.

Da Vida? Seria cómico
Temer coisa que me inclui
Em uma ou mais existências –
Conforme Deus estatui.

De ressuscitar? O Oriente
Tem medo do Madrugar
Com sua fronte subtil?
Mais me valera abdicar!

* * *

By a departing light
We see acuter, quite,
Than by a wick that stays.
There’s something in the flight
That clarifies the sight
And decks the rays.

A uma luz evanescente
Vemos mais agudamente
Que à da candeia que fica.
Algo há na fuga silente
Que aclara a vista da gente
E aos raios afia.

* * *

I died for beauty – but was scarce
Adjusted in the Tomb,
When One who died for Truth was lain
In an adjoining Room –

He questioned softly why I failed?
“For Beauty,” I replied –
“And I – for Truth – Themself are One –
We Brethren are,” He said –

And so, as Kinsmen met a-Night –
We talked between the Rooms –
Until the Moss had reached our lips –
And covered up – our names –

Morri pela Beleza – mas mal eu
Na tumba me acomodara,
Um que pela Verdade então morrera
A meu lado se deitava.

De manso perguntou por quem tombara…
– Pela Beleza – disse eu.
– A mim foi a Verdade. É a mesma Coisa.
Somos Irmãos – respondeu.

E quais na Noite os que se encontram falam –
De Quarto a Quarto a gente conversou –
Até que o Musgo veio aos nossos lábios –
E os nossos nomes – tapou.

* * *

I hide myself within my flower,
That fading from your Vase,
You, unsuspecting, feel for me –
Almost a loneliness.

Escondo-me na minha flor,
Para que, murchando em teu Vaso,
tu, insciente, me procures –
Quase uma solidão.
* * *

I’m Nobody! Who are you?
Are you – Nobody – Too?
Then there’s a pair of us!
Don’t tell! they’d advertise – you know!

How dreary – to be – Somebody!
How public – like a Frog –
To tell one’s name – the livelong June –
To an admiring Bog!

Não sou Ninguém! Quem és tu?
Também – tu não és – Ninguém?
Somos um par – nada digas!
Banir-nos-iam – não sabes?

Mas que horrível – ser-se – Alguém!
Uma Rã que o dia todo –
Coaxa em público o nome
Para quem a admira – o Lodo.

* * *

Silence is all we dread.
There’s Ransom in a Voice –
But Silence is Infinity.
Himself have not a face.

O Silêncio é o que tememos.
Há um Resgate na Voz –
Mas Silêncio é Infinidade.
Não tem sequer uma Face.

* * *
Soft as the massacre of Suns
By Evening’s Sabres slain

Suave como o massacre dos Sóis
Mortos pelos sabres do Anoitecer.

* * *

Volcanoes be in Sicily
And South America
I judge from my Geography –
Volcanoes nearer here
A Lava step at any time
Am I inclined to climb –
A Crater I may contemplate
Vesuvius at Home.

Os vulcões são na Sicília
E na América do Sul.
Diz-mo a minha geografia –
Vulcões mais perto daqui,
Encostas de Lava que eu
Queira inclinar-me a subir –
Cratera que eu possa ver –
Há um Vesúvio cá em casa.

Fonte: http://www.letras.ufrj.br/lerjorgedesena/port/antologia/traducao/texto.php?id=440

http://www.lpm-editores.com.br/site/default.asp?TroncoID=805133&SecaoID=816261&

ELA E EU

Ontem à noite, revirei meu apartamento procurando alguma coisa que havia perdido. Sei lá, era algo que me parecia imprescindível; alguma coisa que me fazia bem. Revirei os armários, olhei debaixo da cama, na cozinha, no porão e no sótão.

Vasculhei os jardins, e até no telhado do vizinho eu a procurei. Não estava lá também. Perscrutei em volta de mim mesmo, olhei para a garrafa de vinho vazia, a taça quebrada, e os guardanapos manchados. Parecia sangue, mas deveria ser apenas o vinho tinto. Como louco, até no banheiro, onde jamais a guardava, procurei.

Procurei nos bolsos dos paletós, entre as gravatas, na carteira, dentro de minha boca – quem sabe um pequeno vestígio para me indicar algo…

Imaginei que a única prova seria eu me olhar. Deveria haver algum detalhe diferente em mim. Qual nada!

Então, fui até à janela e acendi o charuto cubano –  mesmo não sendo de esquerda, eles eram ótimos. Respirei o perfume do fumo. Retirei o roupão, fiquei nu. Meu pensamento me ajudava a lembrar de mais algum lugar onde pudesse encontrá-la… Qual lugar? Onde? Quem?

Apaguei o charuto, voltei a ler Os contos fantásticos do século XIX.  Eu estava assombrado por vinte e seis autores do passado. Minha mente embaralhava com aquelas tradições literárias tão diversificadas. De Hoffmann e Walter Scott a Kipling e H. G. Wells, passando, claro, por Gogol, Poe e Andersen, dentre outros.

Sem falar dos autores considerados realistas famosos, como Balzac, Dickens, Maupassant e Henry James. Eu procurava, além da realidade, atrás da aparência cotidiana dos fatos, um mundo encantado, lúdico e infernal que, mais do que me atemorizar, me deixava perplexo. Eu flutuava dentro de mim, no silêncio que as paredes faziam ao meu redor.

Enlouquecera de tanto ler. Será?

Dormi entre os personagens aterradores. Quando acordei, lá estava ela, bem diante de mim. Como não a avistara no dia anterior?

Estava lá, bem no centro da mesa, ao lado da jarra de água, rodeada de livros e cinzeiros. Estiquei o braço, abri a caixa e tomei a medicação. Agora, era só esperar alguns minutos e puff! Eles sumiriam de vez. Contudo, depois, como sempre, eu não tomaria a pílula, só para voltar aos livros. E aos fantasmas de Italo Calvino.

O Eterno Marido – Fiódor Dostoiévski

Copiado do site Libru Lumen

Atenção: o texto abaixo contém revelações sobre o enredo (spoilers)

Alguns livros são inesgotáveis. A cada releitura revelam novos olhares, temas, teses e impressões da condição humana. Leia-os cem vezes e em cem vezes eles te surpreenderão. Entram facilmente nessa categoria as obras de Shakespeare, Cervantes, Homero e Dostoiévski  entre outras. E dentre os livros de Dostoiévski  O Eterno Marido certamente é uma rica fonte de reflexão e conhecimento. Escrito na Rússia de 1870, em apenas três meses, revela não só aspectos culturais e históricos como também psicológicos e humanistas. É considerado uma das poucas comédias escritas por Dostoiévski  embora carregada de dramaticidade. Ao lê-lo, o leitor vislumbra como que uma peça teatral sendo encenada à sua frente. Os protagonistas desfilam virtudes e defeitos que fazem ora odiá-los ora amá-los. Um paradoxo que só os seres humanos e os melhores personagens literários conseguem ter, tornando-os imperfeitos e íntimos aos leitores. Para os não iniciados em Dostoiévski  se quiserem antes de se aventurarem nos densos Crime e Castigo ou Os Irmãos Karamazov, O Eterno Marido é um ótimo antepasto que aguçará a vontade em se aprofundar mais na literatura russa.

Mas cuidado! Deve-se optar por edições recentes, traduzidas direto do russo, por preservarem o mais próximo possível o tom da língua original. As melhores edições de O Eterno Marido neste quesito são as da Editora 34 e da L&PM. As demais são traduções antigas do francês ou inglês que suavizam ou alteram o sentido de expressões e significados do texto. Contudo, a edição da 34, da famosa e cara Coleção Leste, apesar de trazer o nome de Boris Schnaiderman como tradutor, deixa a desejar pelo menos em três aspectos. Primeiro, por trazer palavras em total desuso aos brasileiros deste século, como cacete (adjetivo), incontinenti, imo, chusma, imiscuir, álacre e furibundo, para citar algumas. Não que se deva ser contra o uso de palavras da língua portuguesa para enriquecer o vocabulário do leitor, mas quando estas deixam uma impressão estranha e possuem alternativas torna-se uma falha de tradução e revisão, passando a impressão que ou a tradução é antiga (não neste caso) ou o tradutor é antigo (Schaneiderman nasceu em 1917). O segundo aspecto são as expressões estrangeiras traduzidas ao pé da letra – como “dar tiros de pólvora seca”, “sem mais aquela”, etc. – sem uma nota de rodapé que a situe no contexto brasileiro, quando muito só aparecendo entre aspas. O “dar tiros de pólvora seca” é encontrado em jornais lusitanos online, mas não se consegue captar o sentido. Por último, o tradutor indica no prefácio que a construção dos nomes em de Dostoievski dão importantes dicas sobre a personalidade das personagens, mas ele mesmo não traduz nenhum dos nomes do livro! É mostrar o doce à criança só para passar vontade. Na edição da L&PM tais detalhes aparecem, o que a torna uma opção interessante a se analisar. Além, é claro, da diferença no preço: enquanto a edição da 34 varia em torno de R$ 30,00 a de bolso da L&PM custa R$ 10,00.

Cabe aqui um pequeno adendo sobre os nomes russos que ajudará na leitura. O site Falando Russo explica que existem nome + patronímico (para revelar o pai) + o sobrenome (para o nome da família ou clã). O que se percebe na leitura de O Eterno Marido é o uso formal do sobrenome (por exemplo, Trussótzki), informal do nome composto (Páviel Pávlovitch) e íntimo dos diminutivos e apelidos (Pál Palitch). Assim, um mesmo personagem pode ser chamado de vários nomes diferentes, o que pode confundir inicialmente os leitores, além dos ‘itchs’ e ‘ovs’. Como já mencionado, Dostoievski usa palavras na composição dos nomes para indicar algumas características das personagens. Vieltchâninov deriva da palavra grandioso, opulento; Trussótzki de medroso. Como se já não fosse o suficiente esta salada de nomes, patronímicos, sobrenomes e apelidos, ainda existem as variações de sobrenomes femininos: marido e esposa possuem sobrenomes diferenciados: Trussótzki e Trussótzkaia, Pogoriéltzev e Pogoriéltzeva, Zakhlébinin e Zakhlébinina.

O enredo do livro é o bem conhecido triângulo amoroso, com marido, esposa e amante (Páviel, Natália e Aleksiéi). Apesar de o narrador estar em terceira pessoa, o ponto de vista (POV) adotado é o do amante. Diferente de Dom Casmurro, de Machado de Assis, em que o POV era o do marido supostamente traído (Bentinho, Capitu e Escobar). Aliás, um ponto em comum entre os dois livros envolve a paternidade duvidosa de uma criança. E também, que muitas impressões, desconfianças e julgamentos sobre os personagens provêm do POV, podendo ser parciais e até incorretas. Pelo menos 20 personagens transitam no livro, grande parte mulheres, apesar de a obra ser considerada uma novela curta. Contudo, os protagonistas são apenas quatro, que evocam algumas teorias interessantes:

  1. O amante, Aleksiéi Ivânovitch Vieltchâninov – POV, solteiro, de 38/39 anos, morador de São Petersburgo, robusto, de alta estatura, barba até o peito, olhos claros, experimentado sedutor. Já dilapidara duas fortunas e estava envolvido em um processo que lhe retornaria uma boa renda. Julga-se hipocondríaco e somente no final parece curar-se de seu mal imaginário, justamente quando se livra de Páviel. Seria a relação de dependência, amor e ódio entre amante e marido uma correlação entre o hipocondríaco e a doença?
  2. O marido, Páviel Pávlovitch Trussótzki – viúvo, 45 anos, morador em T…, aparece na vida de Vieltchâninov depois de 9 anos de ausência. Após o falecimento da esposa passa a maltratar a filha, se vingando na pequena os pecados da esposa. É muitas vezes descrito como um paspalhão que comete maldades por ignorância ou capaz de crimes hediondos por impulso, sem que os tenha planejado. Ao final do livro, reaparece casado com uma cópia simplória da primeira mulher: jovem e dominadora.
  3. A esposa, Natália Vassílievna Trussótzkaia – falecida há 3 meses, morre de tísica aos 37 anos, mãe de Lisa, amante de Vieltchâninov por um ano e de Bagaútov, na sequência, por cinco. Vieltchâninov é dispensado por ela, que arruma um novo amante de qualidade inferior logo em seguida, surge a dúvida: ela o dispensou porque ele se apaixonara e insistia para que fugisse com ele ou porque ela temia aceitar a proposta?
  4. A filha, chamada somente de Lisa (apelido de Elisabete ou Ielisavieta) – menina de 8 anos, órfã de Natália, que sofre nas mãos de Páviel e desperta a empatia de Vieltchâninov. Morre poucas semanas depois, aparentemente de tristeza. Poderia ter contraído a tísica da mãe já que a depressão é um dos sintomas. Ou definhou porque se viu maltratada e abandonada pelo pai. Mas outra teoria da conspiração seria a de que ela cometeu suicídio, sendo a menção sobre o seu dedinho negro um indício.

 

Os capítulos são curtos – o mais longo tem vinte páginas – apesar de trazerem descrições, informações e reviravoltas. Entra aqui a capacidade genial do escritor de sintetizar muito em poucas palavras. O tom de suspense permeia todo o livro, começando em Vieltchâninov tentar lembrar-se quem é o homem que o persegue inclusive em sonhos. Depois, ele procura até o final do livro descobrir o quanto Páviel sabe sobre suas intimidades com a viúva e sobre a paternidade de Lisa. Os diálogos entre Páviel e Vieltchâninov são geniais e cheios de ambiguidades, como um jogo de xadrez em que o amante tenta forçar o marido a revelar o que sabe e o marido procura torturar os nervos e a consciência do amante. Como na passagem em que Páviel apresenta Lisa como “esta é nossa filha!”, podendo referir-se tanto a ele e Natália ou ele e Vieltchâninov; ou quando Páviel se confessa corno fazendo um par de chifres sobre a testa, mas que desejava tomar champanhe com Bagaútov, ex-amante da esposa, enquanto o fazia com Vieltchâninov.

O livro apresenta um desfile dos costumes russos do século XIX. Se por um lado traz duas famílias grandes (os Pogoriéltzev e Zakhlébinin) com várias filhas além de agregados, morando em zonas rurais e com chefes de família funcionários públicos, por outro lado apresenta a vida boêmia dos solteiros e viúvos na cidade, arrumando facilmente amantes, noivas ou esposas. Também aparecem secundariamente preconceitos de idades, classes sociais e gêneros. Aparecem as tradições do beijo na boca entre homens em sinal de amizade, do crepe no chapéu como luto, das cuspidas de desprezo. A influência francesa é evidenciada no beber champanhe ao invés de vodca e no uso de expressões e palavras. Dostoievski cita peças teatrais e músicas conhecidas pelos leitores da época que se encaixam perfeitamente no enredo.

Outra característica importante de Dostoievski é que “o escritor é exaltado por especialistas justamente por ter adiantado em sua obra muitas das questões que seriam desenvolvidas pela psicanálise nos anos seguintes” (fonte). Além dos sonhos de Vieltchâninov repletos de significados com a trama, a obra analisa a psique dos protagonistas, levantando algumas teses únicas:

  • Existem mulheres predispostas inconscientemente a serem esposas infiéis. Antes de se casarem são modelos de virtude, mas depois se tornam dominadoras e veem a infidelidade apenas como um mero aspecto do casamento.
  • Toda esposa infiel tem um parceiro que a aceita assim. São os “eternos maridos”, que lembram os cornos-mansos definidos nas peças de Nelson Rodrigues.
  • Pode-se amar alguém pelo ódio que se sente por ele. Páviel admirava Vieltchâninov por sua cultura antes de descobrir que era amante da esposa. Por ser de personalidade inocente, facilmente enganável, quando confrontado com a verdade, perdeu-se entre sentimentos e pensamentos. Como poderia odiar quem sempre admirou por uma falta cometida há tantos anos?
  • Existem homicidas não premeditados, irracionais, impulsivos. Estes estariam na teoria do crime andando sobre a linha tênue que separa os criminosos culposos dos dolosos, podendo desiquilibrar-se e cair tanto para um lado quanto para outro.

Tais considerações iniciais servem apenas como provocações para quem leu ou pretende ler O Eterno Marido. Embora em uma nova leitura, possam aparecer novos aspectos a serem considerados. A filmografia existente sobre a obra indica dois filmes: um francês de 1946 e um canadense de 1999, ambos inacessíveis. Porém, mais inacessível é a peça encenada em 1964, no sétimo episódio da 14ª temporada do programa Grande Teatro Tupi, da brasileira TV Tupi.

Feliz aniversário, Drummond!

Singela homenagem

 

Carrega-me tu, Drummond,
com tuas asas imortais de letras e fogo.
Queria saber o que sentes, Carlinhos,
agora, daí de onde estás:
 Serás anjo, homem ou demônio,
_ Poeta das sábias coisas!
Fala-me, através de teus poemas,
digo até daqueles eróticos de
sugar e ser sugado pelo amor
Canta de onde estás,
que eu ouço daqui,
ouvirei de minha cama
com teu livro entre as pernas.
Sonho hoje, amado mineiro,
com a possibilidade amalucada,
de um dia estar contigo,
e novos poemas de ti ouvir,
pois sei que não paraste de escrevê-los,
eterno Andrade que és!

Parabéns, Drummond, para sempre!

Estou postando exatamente como recebi em minha caixa de e-mail. Hoje é Dia “D” aqui no meu blog também!

Hoje é o Dia D, data do nascimento do grande poeta Carlos Drummond de Andrade. Comemore essa data com a Companhia das Letras!
MÃOS DADAS

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens

[presentes,

a vida presente.

(Poema de Sentimento do mundo)
Programação Completa
Antologia Poética Claro Enigma Contos de Aprendiz Contos Plausíveis
Fala, amendoeira As Impurezas Lição de Coisas A Rosa do Povo
Sentimentos do Mundo Menino Drummond José

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9 livros que mudaram o mundo

 

Desde o nascimento da civilização, os seres humanos têm registrado seus pensamentos em paredes, pedras, papiros, e nos famosos livros. E volta e meia, alguns livros causam abalos nas leis sociais reinantes, modificando o pensamento de muitos. Hoje, ainda há a possibilidade de não precisar comprar o livro, já que muitos clássicos estão disponíveis gratuitamente na internet!

Essa não é uma lista no estilo 1001 livros, que vai abarcar todas as fases do mundo da literatura e do pensamento. É só uma lembrança de alguns títulos, e espero que nos comentários cada um lembre também daqueles que mudaram a sua vida!

1 – A República, de Platão

Os gregos têm seu lugar reservado na história. E quando não estavam passeando por aí enrolados em lençóis, praticando sexo com os anciões ou guerreando, exploravam a filosofia, a natureza e a sociedade. E o incrível é a simplicidade: Platão sublinhou conceitos morais e sociais apenas com diálogos entre seus contemporâneos. E podem apostar, as ideias dele estão por aí até hoje.

2 – O Kama Sutra, de Vatsyayana

O primeiro livro de “sacanagem” da história. O texto Hindi foi um dos primeiros guias para os casais atingirem o prazer máximo. O livro descreve 64 práticas sexuais diferentes (as fotos só foram inseridas depois, infelizmente). Quer saber o mais incrível? Dizem que Vatsyayana seguia a castidade, mas através de muita meditação atingiu um conhecimento profundo da natureza humana. O que o livro influenciou? Não preciso nem dizer.

3 – Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, por Sir Isaac Newton

Com esse livro, um tanto complexo para aqueles sem bases nesse tipo de conhecimento, Newton revolucionou completamente todas as ciências da época. Aqui estão os três princípios básicos da mecânica, que provavelmente você estuda ou estudou na sua vida: o da inércia, da dinâmica e da ação e reação.

4 – Senso Comum, de Thomas Paine

Talvez não tão conhecido por aqui, mas muito famoso nos Estados Unidos. Na época dos reis e da colonização britânica, Paine começou a falar abertamente sobre liberdade e tirania. O resto você já sabe. Porque é radical? Junto com outros autores rebeldes, como Henry David Thoreau (não necessariamente envolvido nesse caso, mas por semelhança de ideal), convenceu o “João” comum da sociedade de que a Independência é uma boa ideia, dando espaço para a Revolução Americana.

5 – Folhas de Relva, de Walt Whitman

Considerado um dos expoentes da poesia, Whitman foi importantíssimo para quebrar barreiras desse estilo: ele tirou a poesia da academia, trazendo uma linguagem mais próxima de todos. Ele também uniu o romantismo e o realismo, gerando uma poesia livre. Influenciou muita gente, desde os Beatnicks até os poetas atuais.

6 – A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells

Escrito há mais de um século, esse livro deu origem ao que hoje chamamos de ficção científica. Wells influenciou uma geração inteira, contaminando a mente de crianças que passaram a sonhar em serem cientistas, astronautas e coisas do gênero. Ah, e também influenciou o Tom Cruise.

7 – A Reivindicação dos Direitos da Mulher, de Mary Wollstonecraft

Essa obra, lançada no fim do século 18, num muito período turbulento da Revolução Francesa e dos ideais de liberdade do homem, formou a base do começo do feminismo. Nela, Wollstonecraft afirma que a mulher precisa ter direito a educação para sair de sua condição inferior, e condena o casamento como escravidão disfarçada. Por foi marcante? Deu ideias para acabar com a sociedade patriarcal.

8 – A Origem das Espécies, de Charles Darwin

Em um época onde o ateísmo está crescendo muito, esse provavelmente ainda é o livro de cabeceira de muitos cientistas e pensadores. Na época de Darwin todas as religiões eram criacionistas, e o livro de Darwin um de seus mais terríveis ‘inimigos’ já que deu base inequívoca sobre como os organismos evoluem para se transformarem em outros. Termos tão usados atualmente, como Seleção Natural, devem muito ao barbudo Darwin. Com certeza, um dos maiores livros científicos da história.

9 – Pé na Estrada, de Jack Kerouac

Saindo um pouco da ciência, e voltando à literatura, esse é um clássico marcador de uma geração. Ainda lido por muitos “alternativos”, “On The Road”, no original, foi o livro base da geração Beatnick, das décadas de 50 e 60 dos Estados Unidos. Essa geração marcou o começo de uma contra cultura que lança suas ideias até hoje. Além de toda a importância histórica, o livro ainda foi escrito de uma maneira completamente radical, em apenas três dias.

Copiado do site Hipe Science