Vingança ou justiça?

Leiam também FADO, a excelente continuação. A versão de HECTOR por  Jefferson Maleski, escritor, crítico e advogado.

                                       

 

Voar em liberdade tem seu preço.  Assim como poder sentir-se dono do mundo e gostar de estar no controle de todas as coisas. Até mesmo no controle dos sentimentos de quem o rodeia. Entretanto é impossível evitar consequências que desdobram-se sobre as ações.

Uns chamam de Lei do Karma. Justiça Divina, Vingança. Não importa.

 Laia resolvera fazer suas próprias leis e numa noite escura sem lua ou estrelas reviu seus planos, saindo disposta a fazer com suas mãos a justiça ante um mal sofrido.

Escolhera Diabo, o cavalo mais veloz e acariciou um pequeno frasco que continha um líquido escuro, de aparência viscosa.

Prendeu os longos cabelos negros sob o chapéu oriental e mordeu os jovens lábios vermelhos como sangue.

A fazenda era isolada. O vizinho mais próximo, Hector, ficava a dez quilômetros de terra batida. Era para lá que a moça se dirigiria a todo galope. Para a próxima fazenda. Um lugar outrora próspero.

Já havia percorrido  metade do caminho quando, por ser noite escura, Diabo, um excelente árabe castanho deslizou num declive, fazendo com que a amazona batesse com a cabeça numa pedra, sofrendo desmaio.

Um viajante, uma hora depois encontrara Laia, prestando-lhe ajuda e socorro.

                               ll

 Dois meses se passaram e a memória da fazendeira se fora, juntamente com seus planos de vingança ao homem que a traíra de todas as formas. No amor e nos negócios da fazenda. O ardiloso e inexorável Hector.

E hoje casado com ela, comportava-se como um esposo exemplar. A moça fora convencida porque todos confirmaram que o belo homem era seu noivo, que a amava e com o tempo, a memória recuperada, ela sairia de tamanha aflição. 

Porém a probabilidade de cura era quase nenhuma, dissera o médico ao marido amoral.

Certa vez, estava reunido o casal na confortável sala de jantar da fazenda. Data especial, uma ano de casamento e dolorosas noites de sexo sem desejo. Amor angustiante, repleto de incertezas.

Sem contar com a crescente ausência de um marido que ultimamente passava mais tempo viajando que na fazenda. E cada vez menos Hector era cuidadoso com seus flertes e traições.

Ele, altivo:

_ Feliz aniversário, Laia! Minha adorável esposa. Saúde…

A esposa infeliz ergue a taça com expressão indiferente e acena, sorvendo delicadamente o vinho.

Subtamente Hector cai no chão. Está morto!

Laia levanta-se  como que levitando e chega à janela. Arremessa um pequeno frasco ao longe.

A expressão em seu rosto ainda era indecifrável, porém nos olhos um certo brilho modificava-lhe o estado de apatia…

[ ContinuaA versão de Hector ]

 

12 comentários em “Vingança ou justiça?

  1. Oi Leozinho. Concordo com você. Nem todo sentimento é necessariamente bom para ser verdadeiro.
    Acompanhe a saga. A estória promete. 🙂
    Beijo.

  2. oi Dai.

    Pois é, os verdadeiros sentimentos sempre onsegeum encontrar o terreno certo para aflorar. e ninguém disse que os verdadeiros sentimentos são sempre os melhores.

    Mas esse Hector também ,literalmente cavou o túmulo, e duas vezes, e com a mesma pessoa. É desafiar demais. muitos deveriam ler isto. hehe

  3. Sampaio, eu nem sei o que falar.
    Mas o melhor de tudo é que vc se interessou pelo Hector, como eu. O meu amigo Jeff, escritor maravilhoso deu a continuação. Clique em FADO.
    Beijo… eu adoro sintonias. Escrevamos juntas sempre. 🙂

  4. Me deu uma vontade de saber a versão do Hector!… Sempre é bom ver as coisas por mais de um ângulo antes de dar um veredicto. Engraçado como às vezes a gente pensa no mesmo assunto, uma das próximas coisas que postarei fala sobre falta de memória. E muitos consideram que vingança é o mesmo que justiça, julgando que vingar é justo.
    Beijo

  5. Pronto, o feriado me deu tempo para minhas milhares de revisões.

    A versão de Hector se chama FADO.

    Espero que goste.

    1 abraço.

  6. Ficou ótima. Vc sabe q prefiro boas frases a uma história original. Sua história tem um aroma de dèjavú, mas a forma de narrar (palavras e frases) deu um toque singular.

    Aceito o convite, mas somente se puder ser para daqui a duas semanas, pois estou em provas finais agora.

    1 abraço.

Sua opinião me interessa ;)